Sunday, May 01, 2011

do fundo do baú

Julho 2002

Marrakech, três dias maravilhosos. A Riad onde ficámos hospedados era de charme, em plena Medina. Passeámos pelos souks, à deriva, entre múltiplas solicitações, os Berbères imparáveis, a negociata desenfreada. Especiarias, cestos, jóias, cerâmica, túnicas e babuchas e tudo o mais, numa profusão de detalhes e cores. Aprendemos que deve sempre oferecer-se um décimo do preço que nos pedem. Enfiaram-nos numa loja de tapetes, e quem saiu de lá com um tapete debaixo do braço? Eu ... Os restaurantes cool de Marrakech surpreenderam-nos. Le Fondouk, Comptoir Paris-Marrakech, maravilhosos pátios, fontes de águas sussurrantes, flores e almofadas de todas as cores, comida deliciosa. Temos fotografias repetidas, das ruelas, dos mercados de rua, do ocre das casas, das tanneries com os seus tanques de tingir as peles de animais. É pena não ter podido gravar os sons e os cheiros. Como o aroma do omnipresente chá de menta. E a Praça Jemaa el Fna, coração de Marrakech, um formigueiro de gente, um baú de tesouros, com contadores de histórias, bancas de comidas a fumegar de aromas vários, cartomantes, músicos e bailarinos, encantadores de cobras, artistas das tatuagens com hena, domadores de macacos, turistas e locais, curiosos que se cruzam em círculos indefinidos, passos e caminhos repetidos, ambiente de mil e uma noites. Lembro-me do livro O Príncipe Árabe. Adoro ouvir o almuadem a chamar para a oração, cinco vezes ao dia ecoa esse longo apelo. O chamamento do almuadem ecoa melódico do alto do minarete e todos os passos se dirigem à mesquita onde os muçulmanos se encontram para rezar. E o pôr do sol na praça, uma luz inesquecível, dourada e rosada, os fumos das bancas de comida em espirais coloridas pelo sol poente. A magia de Marrakech na Praça Jemaa el Fna.

Labels: ,

0 Comments:

Post a Comment

<< Home

Newer›  ‹Older