just another flight ...

Segunda-feira, aeroporto de Newark. Voo Continental Airlines para Charlotte, North Carolina. Avião atrasado. Atraso prolonga-se ... uma hora e meia ... inadmissível! Finalmente, embarcamos. Pequeno, o avião. Grande, o nó no meu estômago. Lá vamos nós. Avião descola. Eu encolho-me. Como sempre. Mas de repente a minha atenção capta algo diferente. Pergunto à minha colega se ela está a ouvir o mesmo que eu. Um alarme que não se cala. Ela ouve, mas não se apoquenta. Eu sim, apoquento-me. Avião continua no ar. Mas, estranhamente, não parece subir para a sua normal altitude de cruzeiro (10.000 feet). E os assistentes de bordo passam no corredor, sérios e apressados, para trás, para a frente, para a frente, para trás. O alarme cala-se. Soam algumas campainhas de chamada. Passageiros que querem saber o que era, e a que se deve a comoção no corredor. Comandante resolve fazer anúncio. Explica que o alarme era o detector de fumo. Que estão a tentar averiguar se há realmente fogo. Que estão em contacto com as Operações, em terra. Que não há motivo para alarme. Eu alarmo-me, claro. O alarme não, que alguém o silenciou. Mas a minha mente, em desenfreada, não consegue calar um alarmante não há fumo sem fogo, não há fumo sem fogo, não há fumo sem fogo ... A minha colega admite que também lhe cheirou a queimado segundos depois do avião ter descolado. A mim cheirara-me a queimado, mas tinha recalcado isso como produto da minha fobia de aviões. Fobia que recrudesce enquanto o tempo passa. Fobia começa a desenrolar-se para pânico mal contido. Comandante anuncia que avião vai fazer meia-volta para regressar a Newark. No panic, please, no panic. Evertything is OK, this is just a precaution. In 40 minutes we will be landing at Newark and everything will be alrigth. Não sei se foram os 40 minutos mais longos da minha vida, mas estão lá no top dos 40 minutos mais longos da minha vida. Ai estão, estão ...