Ultra-light

Tal como vos confidenciei num dos primeiros posts deste infante blog, eu mais ou menos recuso-me a ver telejornais e também não gosto muito de jornais.

As so-called notícias exasperam-me, entristecem-me, revoltam-me, deprimem-me, à vez ou simultaneamente.

A política aborrece-me, e também me entristece, revolta ou deprime. Em geral, desinteresso-me.

Eu gosto de revistas. E de livros. Não necessariamente nessa ordem. E até gosto de Ciência Política, e de Política Internacional. Talvez me incline mais para o macro-something, não me entendo com o micro, com o quotidiano, com o dia-a-dia. Sei que são aspectos importantes, que do micro feito desses pedaços quotidianos se chega ao macro, que por sua vez ajuda depois a interpretar o micro, que macro e micro se enriquecem complementando-se, e não menosprezo nenhuma dessas facetas da realidade. Mas tenho tendência a ignorá-las, a só ouvir ecos delas.

E estes meus gostos ou desgostos são talvez a minha forma de lidar com a overdose de informação.

Tudo isso era verdade até há bem pouco tempo. Depois, meti-me nisto da blogosfera, dos blogues ... e assim, sem dar-me conta disso, lá vou estando mais-ou-menos informada das grandezas e das minudências que fazem notícia.

Se não fossem os blogues, eu continuaria a leste. Mas nas rondas pelos blogues inevitavelmente cruzo-me com todas as notícias e mais algumas - graças às pessoas que têm esta tendência a partilhar nos seus blogues as notícias que vão sendo debitadas por jornais e outros meios e canais, através de posts que só às vezes acrescentam opinião, ora metendo muita política ora não.

E foi assim, no clicka que clicka em links para blogues e mais blogues, que nesta última semana consegui ler (reler, perdão!) umas dezenas de vezes a notícia da inoculação dos 100000 fundamentais (ou essenciais).

E, sobre a notícia em si, só me ocorre exclamar a incredulidade: hã???!

... e é por essas e por outras que eu prefiro manter-me a uma distância segura dos telejornais e dos jornais e outros meios e canais de disseminação de notícias em geral e de notícias sobre política em particular. Evito ataques de nervos ou de incredulidade ou assomos de tristeza perante o estado macro e micro do mundo.

Se bem que continuarei sempre a manter-me mais-ou-menos informada - o que para mim, admito, tornou-se mais fácil desde que me passeio pela blogosfera.

E por hoje é tudo. Voltamos amanhã, à mesma hora, sem as notícias. Que isto é um blog light, ultra-light, cuja política é a de não comentar notícias.