Thursday, June 16, 2011

tempus fugit

Nem escrevo nem saio de cima. Quer dizer, não consigo abandonar o blog de vez mas também não ando com disponibilidade mental - outros lhe chamam inspiração, outros atiram a culpa ao tempo ou à falta dele - para deixar o cérebro jogar com os estímulos que se produzem na alma e no coração para depois saírem textos mais ou menos interessantes. Interessantes para mim, that's what I mean. Sabem que estive no Brasil, e depois no Peru e na Venezuela, antes de ir de férias para o Porto. E se tivesse a tal disponibilidade mental poderia aqui deixar anotações e considerações de viagem. Há sempre um episódio ou outro digno de nota, um pequeno detalhe interessante. Como por exemplo, ter perguntado direcções a um passante, em Caracas, e ele ter-nos acompanhado até ao local da reunião pois também ia para o mesmo edifício. E esse passante ser nada mais nada menos que um jornalista. Não que ter conhecido um jornalista seja facto digno de nota ou interessante. Mas, na Venezuela, conhecer um jornalista dum jornal clandestino, de oposição, é interessante. É como um roçar de ombros com a História, um levíssimo roçar de ombros, imperceptível para o universo mas significativo para mim. Também podia falar do ritmo dos dias na Cidade Invicta ou do passeio por Portugal desconhecido, Trancoso, Foz Coa, Torre de Moncorvo, Mirandela. E, outra vez no Porto, das esplanadas e das cores do sol poente, dos encontros e desencontros com os amigos, do spa no Hotel Yeatman, com bird views do rio e do recorte ribeirinho do Porto, do casamento da prima, da forma como o tempo se esvaiu nem sei bem por onde, podia ter feito muito mais se não fosse essa anemia de tempo. Uma vida no Porto que parece sempre perfeita nesse plano de realidade paralela ou fantasia. E agora de regresso a NY. Ainda agora cheguei e já estou outra vez de partida. Na próxima semana, México e Toronto. Suspiro, na expectativa de 4 ou 5 semanas seguidas em NY para aproveitar o Verão nesta cidade ímpar, imparável e incomparável. Mas o tempo continua a fugir-me. E temo que se prolongue esta tendência de nem escrever nem sair de cima.

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