U.N. soundtrack
Esta semana, NY vive ao ritmo da 64ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Criticam-se as afirmações polémicas do Presidente Iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Debate-se a presença de Muammar Gadhafi. Os expatriados camaronenses amontoaram-se nas imediações do Waldorf Astoria para receber o Presidente Paul Biya e Madame Chantal Biya com cânticos de apoio e júbilo. Segurança redobrada, quadruplicada, exponencial. O actual Presidente das Honduras, Robert Micheletti, não pode participar da Assembleia Geral da ONU porque lhe foi recusado visto de entrada para os EUA. O ex-Presidente Manuel Zelaya tem o apoio da ONU - ou melhor, tem o apoio da Venezuela, Nicarágua e Cuba - e terá honras de Chefe de Estado durante a Assembleia. Os temas quentes deste ano são climate change, nuclear disarmament, development, global financial & economic governance e também international peace & security. Nada de novo, portanto. As ruas cortadas ao trânsito. O povo que se lança em aplausos e manifestações de histeria colectiva de cada vez que passa a limusina de Obama e respectiva escolta. Barack Obama entrevistado no talk-show do David Letterman. O FBI alerta para possível ataque terrorista no subway nova-iorquino, no seguimento da prisão de Najibullah Zazi e outros 2 afeganistões. Eu não tenho outro remédio senão vir no metro para o trabalho. A vida continua, apesar da ameaça terrorista, apesar do caos que a Assembleia Geral da ONU provoca na cidade.
A minha imaginação projecta imagens em câmara lenta de limusinas a dobrar esquinas, emissários e delegados embrenhados em conversas curtas, muitas gravatas e menos keffiyeh e turbantes, as indispensáveis metralhadoras e máquinas fotográficas, vários tons de cinzento, sorrisos plásticos, apertos de mão, os arranha-céus de Manhattan, as bandeiras do mundo no edifício sede da ONU ... cinematograficamente, acrescento a seguinte música de fundo:
Take all your overgrown infants away somewhere
and build them a home, a little place of their own
the Fletcher Memorial Home for incurable tyrants and kings
and build them a home, a little place of their own
the Fletcher Memorial Home for incurable tyrants and kings
And they can appear to themselves every day
on closed circuit T.V.
to make sure they're still real
It's the only connection they feel
on closed circuit T.V.
to make sure they're still real
It's the only connection they feel
2 Comments:
É um frenesim a triplicar. Eu imagino os meses e meses de preparativos, para uma cimeira desse tipo. Deve ser de loucos.
E diz que o Kadafi queria montar uma tenda gigante não sei onde (no meio de N.Y.) para dar jantares a convidados...? Ouviste isso por aí?
Há uma tenda gigante e há toda uma novela ...
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