horário de almoço

saio do edifício. atravesso a rua. entro na Bridge Street. quando a Bridge Street embate na Broad, viro à esquerda. sigo pela Broad. gente. um vai-vem de gente. muita gente. gente que saiu para almoçar, gente com embrulhos de take-away de regresso ao escritório. gente que aproveita a hora de almoço para dar conta de recados, ir à Duane Reade, ou ao sapateiro, ou ao beauty salon para uma manicure. paira no ar o cheiro aliciante e delicioso das comidas nos carrinhos dos vendedores ambulantes. filas de gente. alguns vendedores ambulantes têm uma clientela de almoço mais impressionante que um restaurante. o cheiro é tão típico das horas de almoço durante a semana. delicioso e aliciante. um vendedor em cada esquina. nas ruas do Financial District. cruzo-me com tanta gente. movimento, energia. entretanto, ali no cruzamento da Broad com a Beaver, a Broad é cortada ao trânsito. polícia. e cães. os condutores mostram os documentos. as guias de entrega. os cães farejam carros/camiões/camionetas/furgonetas. são as barreiras e a rotina instaladas desde o 11 de Setembro. é que uns metros adiante, na Broad com a Wall Street, encontra-se o fundamental edifício da Bolsa de Valores. NYSE. New York Stock Exchange. os peões não são parados pela polícia nem farejados pelos cães. eu vou seguindo pela Broad Street até desembocar na Wall Street. centro nevrálgico. epicentro dos mercados financeiros. turistas. muitos turistas. polícia especial. metralhadores. máquinas fotográficas. fotografam a bandeira americana, estendida no frontispício do edifício. fotografam os polícias e as metralhadoras. fotografam a aura de Wall Street nos detalhes que lhes chamam a atenção. muitos turistas. tantos turistas. sempre. todos os dias. viro à direita. sigo até o nr 40 de Wall Street. entro. para almoçar.